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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Curitibano sonha com imóvel e viagem em 2013

Maioria não guarda dinheiro para realizar sonhos
Segundo a Paraná Pesquisas, a maioria dos curitibanos (64%) não costuma poupar um centavo sequer para realizar seus sonhos. Entre os que conseguem poupar sempre ou eventualmente, 44% economizam até 10% do que ganham. Entre os poupadores, 43% guardam dinheiro para eventuais emergências. O dinheiro no cofrinho vai ainda para comprar um imóvel (19,2%) e para reformar ou construir a casa (11,8%).
Para Fábio Tadeu Araújo, professor da PUC-PR, o brasileiro se acostumou a parcelar as compras em vez de poupar. “Hoje se parcela até a compra da pasta dental. A poupança é feita reduzindo outros itens orçamento para o financiamento caber no bolso”, comenta. Segundo ele, não é fácil partir para a prática se não houver organização. “Muitas vezes o brasileiro planeja uma coisa, mas acaba gastando com outras. É o Natal, a viagem no carnaval e por aí vai.”
A aquisição do imóvel lidera a preferência, com 24%, seguida pela reforma da casa (16%). Viajar aparece em terceiro lugar, com 10%. Na sequência estão formar os filhos (7%) e, empatados com 6%, conseguir um emprego melhor, pagar dívidas e comprar um carro.
A pesquisa revela algumas mudanças no comportamento do curitibano em relação à sondagem anterior, realizada em 2010, apesar de a aquisição do imóvel, mais uma vez, liderar o ranking.
Há dois anos reformar a casa era prioridade para apenas 3% dos entrevistados. Viajar também ganhou espaço – subiu de 3% para 10%. Em compensação, o item conseguir um emprego melhor baixou de 16,4% para 6,2%; pagar dívidas caiu de 9,2% para 6,2%; e comprar um carro, de 7,2% para 5,9%.
Para Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas, essa mudança de planos tem explicação: “Com a alta dos preços dos imóveis, muita gente está preferindo reformar a adquirir um outro imóvel”. Da mesma forma, com o mercado de trabalho aquecido, muita gente já trocou de emprego nos últimos dois anos, o que fez com que conquistar uma melhor posição deixasse de ser uma prioridade como era em 2010.
“O turn over subiu muito nas empresas, as pessoas pediram demissão porque conseguiram posições melhores”, afirma o economista Fabio Tadeu Araújo, professor da PUC-PR. Para ele, o crescimento do número de pessoas que querem reformar suas casas também guarda relação com o boom do mercado imobiliário: “Muita gente que comprou seu imóvel está agora reformando”.
O levantamento mostra que o curitibano está otimista em relação a 2013: 82% acreditam que vão realizar seus sonhos neste ano. Na avaliação dos entrevistados, 2013 deve ser um bom ano também para a economia: 61% veem crescimento econômico no ano, 69% acham que as oportunidades de emprego vão aumentar e 57%, que a renda crescerá.
Mas mais da metade dos entrevistados está preocupada com a inflação – 54% acham que ela vai subir. “Esse comportamento é puxado principalmente pela classe média, que sente mais a inflação dos serviços”, diz Araújo.

Fonte: Cristina Rios/ Gazeta do Povo.