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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Inadimplência


O número de maus pagadores sobe desde o início do ano passado. As pessoas físicas que não pagaram as contas na data prevista em agosto ficou em 7,9%, segundo o Banco Central. Os atrasos acima de 90 dias ainda estão acima da média. Em operações como do cheque especial ela alcançou 12,2% e do cartão de crédito, 28,43%. No financiamento de automóveis, ela está em 5,9%, o mais alto patamar desde novembro de 2009.

O volume de cadastros negativados na Serasa aumentou 21,5% em 2011 e deve crescer 15% em 2012. Ao contrário do Banco Central, que considera como inadimplência os atrasos acima de 90 dias, a Serasa leva em conta o calote a partir do registro do CPF do cliente pela empresa, que em geral se dá 10 dias depois do envio da notificação do atraso.

Neste ano, no entanto, diferente do que ocorreu em períodos anteriores, a expectativa é de que haja um esforço maior de empresas e instituições financeiras. Estão previstos mutirões de renegociação para facilitar o acordo entre empresa e clientes.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

As escolhas de sua vida: Hoje e Amanhã.



* Denise Estrella

“Comprar é muito bom!” “Se eu ganhasse mais, teria condições de poupar.” “Estou cheia de dívidas e não sei como sair dessa enrascada.” “Não consigo guardar dinheiro porque ganho pouco.”

A todo instante, escuto e leio depoimentos de pessoas que estão com dificuldade de pagar as dívidas assumidas no passado. E esse é um bolo que só cresce, pois além do valor da dívida, ainda existem os juros sobre juros que incidem sobre os diversos tipos de empréstimos.

E é nesse ponto que acelera o processo de deterioração orçamentária e de desgaste emocional. Muitos casamentos acabam por causa do descontrole financeiro de um dos parceiros ou de ambos.

O desconforto causado pela montanha de dívidas também é percebido no ambiente de trabalho. Com o objetivo de diminuir o stress pessoal e seus efeitos negativos na produtividade, já existem organizações empresariais que oferecem programas para auxiliar seus colaboradores rumo à mudança de hábitos financeiros.


É leviana e enganosa a afirmação de que é preciso ganhar muito para que haja formação de poupança. Há quem acredite que as dificuldades financeiras são decorrentes de baixos salários quando na verdade a principal explicação está na desorganização financeira pessoal e familiar. A música do Zeca Pagodinho é ótima, mas não vale deixar a vida te levar.

O importante é ter a disciplina de manter os gastos sob controle e não gastar além da sua renda certa: seu salário, sua aposentadoria, sua mesada, seu pró-labore e/ou seus rendimentos mensais.

E se for tomar crédito, lembre que pegar dinheiro emprestado para consumir mais hoje, compromete a sua renda no futuro com o pagamento das prestações mensais. Portanto, assuma compromissos financeiros de forma planejada para realizar seus sonhos, para adquirir o que for importante em sua vida, os bens essenciais como casa própria, seu primeiro carro ou moto. E avalie com cuidado ao assumir uma nova dívida, se ela não irá comprometer sua capacidade de manter uma reserva de dinheiro para imprevistos.

Está mais do que na hora de envolver a família na conversa sobre a necessidade de poupar para realizar sonhos e sobre as decisões de consumo. 
Cuide hoje do seu amanhã!



* Denise Estrella é economista e planejadora financeira pessoal e familiar


Texto publicado no Jornal Gazeta Niteroiense - www.gazetanit.com.br
Edição Nº 52 – Semana de 11 a 17 de agosto de 2012.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Economize até R$ 868 por ano


Isso é quanto o consumidor pode “salvar” pesquisando os preços nos supermercados de Curitiba. Pelo estudo da Proteste, eles podem variar até 173%

Embora exija tempo e disposição, a pesquisa cotidiana de preços no supermercado pode garantir uma economia anual de R$ 705 para os consumidores de Curitiba, conforme mostrou levantamento da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) feito em 61 estabelecimentos da capital. A pesquisa mostrou ainda que quem está em busca do menor preço e não tem apego às marcas consegue economizar até R$ 868 por ano.
O levantamento, feito em 20 cidades de 14 estados brasileiros em abril deste ano, analisou os preços de duas cestas de produtos classificadas de acordo com perfis de consumo distintos: a primeira é composta de 104 itens com marcas definidas, encontrados nos setores de mercearia, higiene e limpeza, perecíveis e hortifruti. Já a segunda cesta analisa o menor preço de 90 produtos e desconsidera carne, frutas, verduras e legumes.
Metodologia
Pesquisa considera produtos mais usados na composição das cestas
O Guia de Preços dos supermercados foi feito em 20 cidades de 14 estados brasileiros. O levantamento recolheu e analisou 230 mil preços em 1.196 pontos de venda em todo o país durante o mês de abril. Os estabelecimentos foram escolhidos pelo ranking do setor de autosserviço feito pela Abras em 2012, onde figuram as 500 maiores empresas do setor que, atualmente, respondem por 75% das vendas, além de mercados com forte presença nas regiões analisadas, independente do faturamento. O cálculo do custo de cada cesta faz ponderações em cada um dos produtos pesquisados, que considera a importância de cada item na composição de uma cesta de compras do mês. Essas ponderações foram baseadas na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo IBGE. Além disso, foram consideradas apenas as promoções temporárias (válida em diferentes dias da semana) e não aquelas específicas de um determinado setor ou até mesmo da loja inteira.
• 20 cidades brasileiras, em 14 estados diferentes, fizeram parte do levantamento da Proteste, feito no mês de abril.
• 1.196 pontos de venda foram considerados, em um total de 230 mil preços. Os estabelecimentos foram escolhidos pelo ranking de faturamento do setor de autosserviço da Abras, onde figuram as 500 maiores empresas do setor.
A coordenadora da pesquisa, Michele Marques, explica que por conta de uma ponderação dos produtos mais importantes na composição das cestas, os supermercados identificados como os mais baratos são aqueles que vendem com preços menores os produtos mais consumidos.
Em Curitiba, o preço mais barato para os produtos da cesta 1 foi encontrado no Condor da Rua Nilo Peçanha, no bairro Bom Retiro. No outro extremo, com o preço médio mais caro, está o supermercado Telêmaco Borba, localizado no Portão. Para comprar os 104 itens dessa cesta os moradores de Curitiba precisam desembolsar R$ 314,09, o quarto menor preço entre as 14 cidades analisadas. No caso da Cesta 2 – cujo valor médio foi de R$ 223,80 – a pesquisa identificou o menor preço no supermercado Makro da Avenida Presidente Wenceslau Brás e o maior preço médio no Pão de Açúcar do Jardim Social, na Rua Arquimedes Cruz, 85.
O levantamento do Pro­teste mostrou que não é preciso ir tão longe. Em muitos casos, basta atravessar a rua ou andar algumas quadras para pagar mais barato. A economia pode chegar a 11% para quem escolhe comprar no Condor ao invés do Cabral Supermercado, ambos localizados na Rua Natal, no bairro Cajuru.
Justificativas
Empresas dizem que oscilação de preços é normal no varejo

Apesar da boa classificação no Guia de Preços do Proteste, a gerente de marketing da rede Condor, Elaine Munhoz, diz que as pesquisas de preço refletem um momento específico e que o varejo é muito dinâmico. Segundo ela, além da negociação geral de preços para toda a rede, existem situações em que os fornecedores oferecem ofertas pontuais para determinada região, com o objetivo de fortalecer a marca em um local onde ela é pouco conhecida. “Isso explica a diferença de preço entre lojas da mesma rede, que costuma ser bastante questionada em pesquisas como essa”.
Para Carlos Alberto Gomes, proprietário do supermercado Telêmaco Borba, que apresentou o maior preço médio da cesta 1, embora as grandes redes consigam comprar grandes volumes, também têm um alto custo operacional que os estabelecimentos menores não têm. Na visão dele, isso não justifica a diferença de preço apontada pelo levantamento do Proteste. “Os preços flutuam ao longo da semana em todos os estabelecimentos”. Segundo Gomes, o fato da pesquisa não ser feita em todos os supermercados no mesmo dia pode distorcer os resultados.

Fonte: Gazeta do Povo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Lojas e bancos abrem operação resgate

Organizações fazem mutirões de renegociação para “limpar” o nome dos consumidores e abrir espaço para as compras do fim de ano
 
A inadimplência do consumidor disparou em 2012 e atingiu o maior pico desde junho de 2009. Quem atrasou as contas no fim do mês, no entanto, terá mais uma chance para “limpar” o nome no fim do ano. Com a proximidade do Natal, comércio e bancos abriram a temporada de negociações com clientes endividados.
O objetivo é fazer com que o comprador aproveite o dinheiro extra do 13.º salário e da restituição do Imposto de Renda para recuperar crédito e voltar a comprar no fim do ano.
Empréstimo
O “empréstimo do nome” – operação em que um consumidor sem histórico de mau pagador assume uma dívida em lugar de um parente ou amigo com cadastro negativo – é o terceiro motivo no ranking das razões que levam consumidores às listas de inadimplentes. Ao todo, 16% dos registros ocorrem em situações desse gênero, de acordo com o SCPC.
Fuja das dívidas
Confira algumas dicas dos especialistas em finanças pessoais para quem está com problemas financeiros:
• Registre todos os gastos efetuados pela família e confronte-os com a receita média mensal. Faça um inventário das suas dívidas. Veja para quem deve, quanto deve, qual a maior dívida e qual é corrigida pelos juros mais altos. Priorize o pagamento das dívidas maiores e mais caras, como cartão de crédito e cheque especial;
• O ideal é tentar negociar um desconto sobre o valor do débito e pagar à vista. Se não puder, verifique se o valor da parcela da renegociação caberá no orçamento. Especialistas também recomendam negociar um abatimento dos juros da dívida;
• Se você costuma comprar mais do que ganha, é preciso mudar seu padrão de consumo, o que, para muitos especialistas, é a etapa mais difícil, porque implica uma mudança de hábito. Exige disciplina e reavaliação de prioridades. O ideal é que o comprometimento com pagamento de dívidas não supere os 30% a 40% da renda;
• Se mesmo com a renegociação as dívidas não baixaram a esse limite, talvez seja o caso de adotar medidas mais drásticas como a devolução do bem financiado, como o caso do automóvel. Elimine gastos supérfluos, como cinema, jantares fora de casa e compra de bens de consumo;
• Uma forma de evitar problemas é manter uma reserva financeira para eventuais imprevistos, como perda de emprego e gastos extras. Recomenda-se que se tenha uma economia equivalente de quatro a seis meses de gastos mensais, que é o tempo médio de recolocação.
Neste ano, a expectativa é de que haja um esforço maior de empresas e instituições financeiras que em anos anteriores. Estão previstos mutirões de renegociação para facilitar o acordo entre empresa e clientes. A Serasa Experian lançou, pela primeira vez, um mutirão de negociação em julho deste ano em São Paulo e prevê mais quatro até o fim do ano. Em Curitiba, ele ocorrerá entre 27 e 30 de outubro. Nesta semana, a empresa terá também um serviço de negociação de dívidas pela internet, que deve atender 10 milhões de pessoas até o fim do ano.
A Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), vai realizar 12 mutirões em todo o Brasil em outubro e novembro. Segundo o presidente da empresa, Dorival Dourado, há uma tendência de o brasileiro regularizar sua situação de crédito próximo de datas festivas, como Dia das Mães e Natal.
A inadimplência vem subindo praticamente sem trégua desde o início do ano passado. O calote de pessoa física em agosto ficou em 7,9%, segundo o Banco Central. Os atrasos acima de 90 dias ainda estão acima da média. Em operações como do cheque especial ela alcançou 12,2% e do cartão de crédito, 28,43%. No financiamento de automóveis, ela está em 5,9%, o mais alto patamar desde novembro de 2009.
“O Brasil está vivendo um ciclo de alta de inadimplência. Ao contrário do que ocorreu nas ocasiões anteriores, agora ele foi provocado pelo crescimento do endividamento e não por uma crise de desemprego”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
O volume de cadastros negativados na Serasa aumentou 21,5% em 2011 e deve crescer 15% em 2012. Ao contrário do Banco Central, que considera como inadimplência os atrasos acima de 90 dias, a Serasa leva em conta o calote a partir do registro do CPF do cliente pela empresa, que em geral se dá 10 dias depois do envio da notificação do atraso.
Mas, segundo Rabi, o ciclo de alta durou até meados deste ano e a tendência, agora, é de queda. O volume de novos registros na empresa vem caindo há três meses. A Serasa prevê que o índice de inadimplência acima de 90 dias deve recuar para 7,5% até o fim do ano e para 7% em 2013. 

Origens
 
Desemprego e descontrole são principais causas de inadimplência


Um levantamento da Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), mostrou que o desemprego, com 34%, e o descontrole das contas, 29%, são as principais razões apontadas pelos inadimplentes pelos atrasos nas contas. Em terceiro lugar (16%) vem o “empréstimo do nome” para terceiros.
A pesquisa, que ouviu 1,3 mil pessoas, revelou ainda que, ao contrário do que se podia esperar, o descontrole na administração das contas é maior entre os que têm mais dinheiro. Para as classes A (42%) e B (32%) essa é a principal causa do calote. Já para as classes D e E, a perda do emprego é o principal motivo (40%).
Segundo Dorival Dourado, presidente da Boa Vista, um conjunto de fatores ajuda a explicar porque o Brasil vive hoje uma crise de inadimplência. Nos últimos cinco anos, 35 milhões de pessoas entraram no mercado de consumo. Com um cenário de estabilidade monetária, aumento do emprego e da renda e queda na taxa de juros, os bancos e financeiras inundaram o mercado com empréstimos e financiamentos.
A proporção do crédito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 24% em 2003 para 51% agosto de 2012, ou R$ 2,211 trilhões. O endividamento sobre a renda das famílias passou de 18,2% em 2005 para 44,2% neste ano. E o comprometimento da renda com amortizações passou de 15% para 22,4% na mesma base de comparação. Muitas famílias se descontrolaram com tanto crédito, que em alguns casos foi confundido com renda, lembra Fábio Tadeu Araújo, professor de economia da PUCPR.
Para Dourado, a tendência é que a inadimplência desacelere para níveis próximos de 2011, mas ela ainda exige atenção. A projeção do departamento econômico da entidade é de que a inadimplência recue para algo próximo de 7,4% no fim do ano. Araújo, da PUCPR, acredita que a queda mais expressiva só deve ser sentida no fim de 2013.

Fonte: Gazeta do Povo.