Isso é quanto o consumidor pode “salvar”
pesquisando os preços nos supermercados de Curitiba. Pelo estudo da
Proteste, eles podem variar até 173%
Embora
exija tempo e disposição, a pesquisa cotidiana de preços no
supermercado pode garantir uma economia anual de R$ 705 para os
consumidores de Curitiba, conforme mostrou levantamento da Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) feito em 61
estabelecimentos da capital. A pesquisa mostrou ainda que quem está em
busca do menor preço e não tem apego às marcas consegue economizar até
R$ 868 por ano.
O levantamento, feito em 20
cidades de 14 estados brasileiros em abril deste ano, analisou os preços
de duas cestas de produtos classificadas de acordo com perfis de
consumo distintos: a primeira é composta de 104 itens com marcas
definidas, encontrados nos setores de mercearia, higiene e limpeza,
perecíveis e hortifruti. Já a segunda cesta analisa o menor preço de 90
produtos e desconsidera carne, frutas, verduras e legumes.
A coordenadora da pesquisa, Michele Marques, explica que por
conta de uma ponderação dos produtos mais importantes na composição das
cestas, os supermercados identificados como os mais baratos são aqueles
que vendem com preços menores os produtos mais consumidos.
Em Curitiba, o preço mais barato para os produtos da cesta 1 foi
encontrado no Condor da Rua Nilo Peçanha, no bairro Bom Retiro. No outro
extremo, com o preço médio mais caro, está o supermercado Telêmaco
Borba, localizado no Portão. Para comprar os 104 itens dessa cesta os
moradores de Curitiba precisam desembolsar R$ 314,09, o quarto menor
preço entre as 14 cidades analisadas. No caso da Cesta 2 – cujo valor
médio foi de R$ 223,80 – a pesquisa identificou o menor preço no
supermercado Makro da Avenida Presidente Wenceslau Brás e o maior preço
médio no Pão de Açúcar do Jardim Social, na Rua Arquimedes Cruz, 85.
O levantamento do Proteste mostrou que não é preciso ir tão longe.
Em muitos casos, basta atravessar a rua ou andar algumas quadras para
pagar mais barato. A economia pode chegar a 11% para quem escolhe
comprar no Condor ao invés do Cabral Supermercado, ambos localizados na
Rua Natal, no bairro Cajuru.
Justificativas
Empresas dizem que oscilação de preços é normal no varejo
Apesar da boa classificação no Guia de Preços do Proteste, a gerente
de marketing da rede Condor, Elaine Munhoz, diz que as pesquisas de
preço refletem um momento específico e que o varejo é muito dinâmico.
Segundo ela, além da negociação geral de preços para toda a rede,
existem situações em que os fornecedores oferecem ofertas pontuais para
determinada região, com o objetivo de fortalecer a marca em um local
onde ela é pouco conhecida. “Isso explica a diferença de preço entre
lojas da mesma rede, que costuma ser bastante questionada em pesquisas
como essa”.
Para Carlos Alberto Gomes, proprietário do supermercado Telêmaco
Borba, que apresentou o maior preço médio da cesta 1, embora as grandes
redes consigam comprar grandes volumes, também têm um alto custo
operacional que os estabelecimentos menores não têm. Na visão dele, isso
não justifica a diferença de preço apontada pelo levantamento do
Proteste. “Os preços flutuam ao longo da semana em todos os
estabelecimentos”. Segundo Gomes, o fato da pesquisa não ser feita em
todos os supermercados no mesmo dia pode distorcer os resultados.
Fonte: Gazeta do Povo.